Reprodução Assistida no Brasil 2025: métodos, chances de sucesso e custos

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Zappelphilipp Marx
Embriologista observando um óvulo ao microscópio

A reprodução assistida não é um único procedimento, mas um conjunto de técnicas moduláveis conforme causa, idade e histórico — da inseminação em casa (ICI/IVI) às abordagens de laboratório (IVF/ICSI). Este guia organiza os métodos, explica fluxos, chances, riscos e custos e aponta conteúdos para aprofundar. Segundo a nota técnica da OMS sobre infertilidade, recomenda-se avaliação médica após 12 meses sem gravidez (≥35 anos: após 6 meses).

Métodos em visão geral

  • ICI / IVI – inseminação em casa
    O sêmen é colocado com seringa ou copinho próximo ao colo do útero. Indicado em limitações leves ou com sêmen de doador. Menor custo, máxima privacidade.
  • IUI – inseminação intrauterina
    Espermatozoides preparados são introduzidos por cateter fino direto no útero. Útil em fator masculino moderado, muco cervical espesso ou infertilidade sem causa definida.
  • IVF – fertilização in vitro
    Vários óvulos estimulados são fertilizados em laboratório com espermatozoides. Padrão em fator tubário ou após IUI sem sucesso.
  • ICSI – microinjeção intracitoplasmática
    Um único espermatozoide é injetado no óvulo. Primeira escolha em fator masculino grave ou com material TESE.

No Brasil, valores variam amplamente entre serviços públicos, privados e convênios; medicamentos e opcionais (ICSI/PGT/crio) costumam ser cobrados à parte.

Fichas de método

MétodoIndicação típicaInvasividadeCarga por cicloParticularidades
ICI/IVIDoação privada, alterações levesbaixabaixamuito privado; timing decisivo
IUIfator cervical, fator masculino leve/moderado, sem causa definidabaixabaixa–médiaesperma preparado; procedimento ambulatorial
IVFfator tubário, endometriose, após IUIs sem sucessomédiamédia–altafertilização em laboratório; idealmente transferência de embrião único
ICSIfator masculino grave, TESEmédiamédia–altamicroinjeção; maior componente laboratorial

Quando cada método faz sentido

A escolha depende de causa, idade, reserva ovariana e histórico. O estudo básico inclui anamnese, ultrassom, perfil hormonal e ao menos um espermograma de qualidade segundo o Manual de Sêmen da OMS 2021.

  • ICI/IVI: doação privada desejada, alterações leves, alta preferência por autonomia e privacidade.
  • IUI: muco cervical espesso, parâmetros seminais levemente/moderadamente alterados, infertilidade sem causa definida.
  • IVF: trompas obstruídas/ausentes, endometriose relevante, falhas prévias em IUI, fatores combinados.
  • ICSI: parâmetros seminais muito reduzidos (OAT), azoospermia com TESE, ausência de fecundação em IVF.

Enquadrando as chances com realismo

As taxas de sucesso dependem sobretudo de idade, diagnóstico, qualidade dos gametas, cultivo embrionário e política de transferência única. Explicações acessíveis: página do NHS sobre IVF. Diretrizes europeias de boas práticas e segurança: ESHRE.

Etapas de IUI, IVF e ICSI

IUI em resumo

Possível estimulação leve → preparo do sêmen → cateter fino no útero próximo à ovulação → eventual suporte lúteo.

IVF em resumo

Estimulação com controles de ultrassom/exames → punção de óvulos → fertilização em laboratório → cultivo embrionário → transferência de um embrião → opção de criopreservação para excedentes.

ICSI em resumo

Como a IVF, mas a fecundação ocorre por microinjeção de um espermatozoide — sobretudo em fator masculino grave.

Riscos e segurança

Geralmente leves, raramente graves: síndrome de hiperestimulação ovariana (OHSS), sangramento/infecção após punção, risco de múltiplos com transferências duplas, impacto emocional. Protocolos individualizados e transferência única reduzem claramente os riscos; sínteses e recomendações em ESHRE.

Custos e cobertura (BR)

ProcedimentoItens típicosFaixa indicativa (R$)
IUIestimulação leve (opcional), preparo, cateter, consultas≈ R$ 1.000–3.500 por ciclo (particular)
IVFestimulação, punção, fecundação, cultivo, transferência≈ R$ 12.000–30.000 por ciclo (+ fármacos muitas vezes R$ 2.500–10.000)
ICSIIVF + microinjeção; maior componente laboratorialacréscimo ≈ R$ 3.000–8.000
Transferência de congelados (FET)descongelamento, preparo endometrial, transferência≈ R$ 2.000–7.000; armazenamento ≈ R$ 300–1.200/ano

Quem cobre? No SUS, há oferta limitada em centros de referência e filas de espera; critérios clínicos e disponibilidade local se aplicam. Nos planos/convênios (ANS), a cobertura varia por contrato e rol vigente — muitas vezes cobre etapas específicas, não o pacote completo. No particular, os custos ficam majoritariamente com o paciente. Sempre solicite um orçamento detalhado por escrito com itens incluídos/excluídos (atos, fármacos, crio/armazenamento, opcionais) e prazo de validade.

Marco regulatório (BR)

No Brasil, a prática segue normas do Conselho Federal de Medicina e legislação aplicável. Doação de gametas é permitida e regulada, com anonimato do doador e proibição de comercialização; triagem, consentimento e rastreabilidade são obrigatórios. Gestação por substituição é possível apenas de forma altruísta e sob requisitos estritos definidos em norma, com autorização e documentação específicas. Verifique sempre as exigências atualizadas diretamente com o serviço credenciado.

Checklist antes de iniciar

  • Concluir avaliação básica (hormônios, ultrassom, espermograma conforme OMS 2021).
  • Definir indicação e objetivo (p.ex., transferência de embrião único como padrão; estratégia de crio).
  • Entender esquema de medicação e monitorização; anotar contatos de urgência.
  • Confirmar orçamento, possíveis coberturas por SUS/convênio e custos recorrentes (armazenamento, opcionais).
  • Planejar suporte emocional e pausas entre ciclos quando necessário.

Alternativas e complementos

Conforme o ponto de partida, ajudam rastreio fino do ciclo, otimização do timing e medidas de estilo de vida. Se desejam sêmen de doador ou se uma solução ICI/IVI combina melhor com vocês, há no site ferramentas e conteúdos dedicados.

  • ICI / IVI – inseminação em casa: planejar com autonomia e discrição.
  • IUI: opção ambulatorial com esperma preparado.
  • IVF: fertilização em laboratório em fator tubário ou após IUI.
  • ICSI: essencial em fator masculino grave.

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Conclusão

A reprodução assistida oferece vários caminhos — o essencial é diagnóstico cuidadoso, plano realista e informação clara. Veja nossos conteúdos sobre ICI/IVI, IUI, IVF e ICSI para preparar o próximo passo com segurança.

Aviso legal: O conteúdo da RattleStork é fornecido apenas para fins informativos e educacionais gerais. Não constitui aconselhamento médico, jurídico ou profissional; nenhum resultado específico é garantido. O uso destas informações é por sua conta e risco. Consulte o nosso aviso legal completo.

Perguntas frequentes (FAQ)

ICI/IVI posiciona o sêmen em casa próximo ao colo do útero; IUI introduz esperma preparado no útero; IVF fertiliza óvulos em laboratório; ICSI injeta um único espermatozoide no óvulo em casos de fator masculino grave.

Após 12 meses sem gravidez (≥35 anos: 6 meses) ou antes se houver ciclos irregulares, suspeita de fator tubário ou espermograma muito alterado.

Em causas leves, 2–4 IUI bem temporizadas fazem sentido; com fator tubário, idade mais avançada ou fator masculino grave, IVF/ICSI costuma ser mais eficaz.

Sim — a chance por transferência cai a partir da metade dos 30 e ainda mais após os 40, pela menor qualidade dos óvulos e estabilidade cromossômica.

No geral são comparáveis; o ciclo com congelados permite preparar melhor o endométrio e pode reduzir risco de OHSS.

Reduz o risco de gemelaridade e preserva a chance cumulativa ao longo de vários transfers, aumentando a segurança para gestante e bebê.

É feita com sedação/anestesia breve; costuma ser percebida como pressão/tração. Descanso no dia do procedimento e, em geral, recuperação rápida no dia seguinte.

Estimulação ajustada ao risco, monitorização próxima, protocolos antagonistas, trigger com GnRH quando indicado e, se preciso, “freeze-all” com transferência posterior.

Atividades leves costumam ser seguras; evite por curto período esforços intensos e calor excessivo. Siga as orientações do seu centro.

Frequentemente, após 2–3 transferências sem resultado, reavaliam-se protocolo/timing e exames complementares, conforme os achados.