A Inseminação Intrauterina (IUI) é uma técnica de reprodução assistida minimamente invasiva e financeiramente acessível. A seguir, você verá como funciona o procedimento, quais são os requisitos, uma estimativa de custos no Brasil e os fatores que influenciam a taxa de sucesso.
O que é a Inseminação Intrauterina (IUI)?
Na IUI, espermatozoides lavados e altamente concentrados são introduzidos diretamente no útero através de um cateter muito fino. Isso evita as barreiras do muco cervical e leva os espermatozoides mais rapidamente ao óvulo. Pode ser feita com sêmen do parceiro ou de doador (homólogo/heterólogo).
Indicações comuns para IUI
- Qualidade espermática ligeiramente reduzida (concentração, motilidade).
- Ovulação irregular ou ausente na mulher.
- Infertilidade por fator cervical (muco espesso, anticorpos antispermatozoides).
- Infertilidade inexplicada apesar de relações regulares.
- Mulheres solteiras ou casais do mesmo sexo com sêmen de doador.
- Causas imunológicas (anticorpos contra espermatozoides) com espermograma normal.
Requisitos para uma IUI bem-sucedida
- Trompas de Falópio permeáveis (confirmado por HSG ou HyCoSy).
- Ovulação comprovada – natural ou induzida hormonalmente.
- Espermatozoides viáveis (> 5 milhões móveis após preparo).
- Ausência de infecção genital ativa.
- Teste genético em caso de sêmen de doador para excluir doenças hereditárias.
Passo a passo: como é feita a IUI
- Avaliação e consulta: exames de sangue, ultrassom e espermograma.
- Estimulação ovariana suave: clomifeno ou gonadotrofinas de baixa dose para estimular 1–3 folículos.
- Disparo da ovulação: injeção de hCG quando o folículo dominante atinge 17–20 mm.
- Preparo do sêmen: amostra fresca ou descongelada é concentrada por swim-up ou gradiente de densidade.
- Inseminação: 24–36 h após hCG, o sêmen é introduzido no útero (procedimento < 5 min, geralmente indolor).
- Suporte da fase lútea: progesterona vaginal para estabilizar o endométrio.
- Teste de gravidez: β-hCG sérico 14 dias depois da inseminação.
Vantagens da IUI
- Colocação direta do sêmen, evitando o muco cervical.
- Procedimento minimamente invasivo, sem anestesia.
- Custo inferior ao da FIV ou ICSI.
- Menos consultas e tempo de tratamento reduzido.
Comparação de métodos de fertilização
- ICI / IVI – Inseminação intracervical/intravaginal
O sêmen é depositado na entrada do colo do útero com seringa ou dispositivo; indicado para casos leves ou sêmen de doador; menor custo e privacidade elevada. - IUI – Inseminação intrauterina
Espermatozoides lavados são colocados diretamente no útero; recomendado para fatores masculinos moderados, obstáculos cervicais ou infertilidade inexplicada; custo médio. - FIV – Fertilização in vitro
Óvulos estimulados são fertilizados em laboratório; ideal para obstrução tubária, endometriose ou IUI sem sucesso; maior taxa de gravidez e custo mais alto. - ICSI – Injeção intracitoplasmática de espermatozoides
Um espermatozoide é injetado em cada óvulo; indicado para infertilidade masculina severa; método mais caro, mas com maiores chances em casos críticos.
Taxa de sucesso: quais as chances?
A probabilidade de gravidez por ciclo varia conforme a idade:
- < 35 anos: 12–18 %.
- 35–40 anos: 8–12 %.
- > 40 anos: 5 % ou menos.
Com 3–6 ciclos de IUI, a taxa acumulada costuma atingir 30–45 %.
Dicas para melhorar as suas chances
Estilo de vida saudável:
- Mantenha peso saudável, evite tabaco e modere o álcool.
- Gerencie o estresse com exercícios leves, yoga ou meditação.
Otimização do sêmen e do ciclo:
- Abstinência de 2–3 dias antes da coleta de sêmen.
- Monitore o ciclo com ultrassom e testes de ovulação.
- Use lubrificantes compatíveis com fertilidade, se necessário.
Riscos e precauções
Riscos de medicação:
- Síndrome de hiperestimulação ovariana (SHO) – raro com protocolo de baixa dose.
- Gravidez múltipla (5–10 %) se amadurecerem vários folículos.
Riscos do procedimento:
- Desconforto leve ou sangramento mínimo após o cateter.
- Infecções uterinas raras com técnica estéril.
Impacto emocional: Ciclos negativos podem ser desafiadores; busque apoio psicológico, se precisar.
Custos e cobertura no Brasil
No Brasil, cada ciclo de IUI custa, em média, entre R$ 5.000 e R$ 12.000, de acordo com a clínica. O Sistema Único de Saúde (SUS) não cobre tratamentos de reprodução assistida, por isso a maioria das pacientes paga particular. Alguns planos de saúde privados podem reembolsar parte dos medicamentos ou do procedimento, conforme as regras da apólice.
Quando avaliar outras opções?
- < 35 anos: após 3–4 ciclos sem sucesso.
- 35–40 anos: depois de 3 tentativas frustradas.
- > 40 anos ou espermograma muito limitado: considere FIV ou ICSI precocemente.
Seu especialista em reprodução assistida orientará sobre o momento ideal para mudar de técnica ou realizar exames complementares.
Referências científicas e estudos
Conclusão
A Inseminação Intrauterina oferece uma opção menos invasiva e com custos moderados para quem busca a gravidez. Com monitoramento preciso, estimulação controlada e suporte profissional, a IUI pode ser o passo decisivo antes de recorrer a técnicas mais complexas, como FIV ou ICSI.